A dissertação aborda O Estado do Conhecimento nas Produções de TCCs do curso
de Licenciatura Intercultural Indígena/ Insikiran (2015 a 2019). Aliados a linha de
pesquisa II – Educação do Campo, Educação indígena e Interculturalidade, além do
grupo de pesquisa Educação, interculturalidade e emancipação humana. Teve como
problema de pesquisa: quais temáticas e centros de interesse estão presentes nos
Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) dos acadêmicos do Insikiran de 2015 a 2019
e o que nos podem indicar em termos curriculares e pedagógicos? A pesquisa teve
como objetivo realizar um mapeamento dos TCCs dos egressos do curso de
Licenciatura Intercultural, nos diferentes eixos temáticos propostos pela graduação, e
analisar as questões a partir da perspectiva curricular, procurando identificar os
principais centros de interesse presentes nos anos de 2015 a 2019. A metodologia
utilizada foi o Estado do Conhecimento, indicada para pesquisa de caráter
bibliográfico, uma vez que permite o mapeamento das produções científicas de um
determinado tema. Assim, identificaram-se e analisaram-se 97 resumos, sendo 35 nos
eixos das ciências da natureza; 35 nas ciências sociais; e 27 nas ciências da
comunicação e artes. Nesse aspecto, concluiu-se que, entre o período de 2015 a
2019, as pesquisas desenvolvidas na Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto
Insikiran possuíam como centros de interesse as questões sobre registro de
narrativas, memórias, costumes e historicidade das comunidades; elaboração,
construção e aplicação de propostas pedagógicas interculturais; leitura e escrita do
idioma português; educação escolar indígena, comunidade e língua materna;
conscientização e produções de materiais educativos e específicos; e preservação do
território, economia e saberes tradicionais. Estes configuram-se como universos de
conhecimentos/saberes tradicionais, estabelecidos como etnociência ou na
perspectiva das Epistemologias do sul, no campo dos estudos decoloniais. Tais
estudos propõem debates e reflexões descoloniais e decoloniais, quebrando o
fetichismo criado pela cultura europeia de detentora de conhecimentos validos e
necessários para a convivência social.