A violência tem alcançado os espaços educacionais, dificultando o convívio social
principalmente quando destacamos o corpo discente. A comunicação se apresenta
como uma matriz norteadora do fazer educativo e buscar práticas não violentas de
interação tem sido o desafio de muitas instituições. A mediação de conflitos surge
como uma possibilidade de fortalecimento para a escola, apresentando um trabalho
de caráter educativo e preventivo que vem crescendo em alguns estados brasileiros,
impulsionando o fazer dialógico e a cidadania. Esta pesquisa apresenta como objetivo
geral, analisar os impactos da formação continuada em mediação de conflitos na
prática docente, frente às formas de violência encontradas nas escolas. Com o
propósito de alcançar esse objetivo, foi necessário conhecermos os impactos das
atividades que o Programa Justiça Comunitária realiza nas escolas capacitadas em
mediação de conflitos; bem como, compreender a contribuição deste para a formação
dos professores mediadores nas escolas capacitadas e identificar através do
levantamento de suas ações as ferramentas adotadas como medidas preventivas de
violência e promoção das relações interpessoais nas escolas. Para tanto, fez-se
necessário fazer um levantamento bibliográfico sobre o tema gerador, assim como
realizar uma pesquisa de campo que visou a coleta de documentos e elaboração de
instrumentos os quais foram necessários para alcançar os objetivos propostos. Esta
pesquisa contou com uma base teórica fundamentada nos autores: Abramovay (2002,
2005, 2021), Freire (2011, 2015), Habermas (1989, 2000, 2012), Melo (2008), Muller
(2017), Nóvoa (1992, 2002, 2009, 2017, 2019, 2022), Rosenberg (2006, 2019, 2020),
Tardif (2020), Zehr (2020, 2020a), dentre outros. Após aplicação dos instrumentos e
posterior análise, os resultados dessa pesquisa revelaram que a formação em
mediação de conflitos escolares encontra nos professores agentes indispensáveis
para o desenvolvimento de uma cultura da não violência dentro das escolas, pois
neste profissional está clara a possibilidade de um trabalho dialógico durante as aulas.
Dessa forma observamos que a formação em mediação de conflitos escolares
contribui para uma melhor comunicação e elaboração dos conflitos, tendo como base
os princípios da Justiça Restaurativa, o que quando vivenciado resulta na promoção
de um ambiente escolar pacífico. Os resultados dessa pesquisa demonstram a
contribuição que esta formação tem alcançado em estados brasileiros e sua
contribuição com uma cultura da não violência e em pesquisas futuras.