Este trabalho faz uma análise sobre o multiculturalismo e sua relação com a educação
numa parte da Amazônia, em particular no interior de Roraima, fundado no método
Histórico-Crítico. Neste processo considera os efeitos negativos da globalização, faz
uma reflexão sobre a utilização da tecnologia, analisa o modelo econômico na chamada
pós-modernidade e no contexto da sociodiversidade amazônica. O estudo foi realizado
através de pesquisa bibliográfica, visitas às escolas no município de São João da Baliza,
análise da matriz curricular utilizada nas escolas, do contato com alunos, professores e
outros da comunidade escolar e extra-escolar sobre um modelo de educação para o
interior que dê conta de suas necessidades, anseios e desejos. Neste estudo utilizou-se a
concepção teórica Histórico-crítica. Mesmo reconhecendo não só a existência, mas
também a importância de outras abordagens na área da pesquisa social, optou-se por
essa postura por ser a que melhor oferece respostas aos problemas do tema em questão.
O trabalho está estruturado em três partes: uma parte introdutória e explicativa da sua
natureza e três capítulos que analisam o multiculturalismo crítico, discutindo sobre uma
diversidade de autores que tratam do multiculturalismo. Consta, ainda, de um capítulo
final que aponta embora que despretensiosamente, sugestões para um processo de
construção do trabalho pedagógico fundado no multiculturalismo crítico na escola
utilizada como palco onde foi elaborado, empiricamente, o estudo. O reconhecimento da
existência do multiculturalismo vai propiciar uma leitura correta da sociedade como um
todo, portanto, a formação da identidade é uma questão que precisa ser tratada de modo
a respeitar as peculiaridades em cada situação. Governos, administradores de
multinacionais e políticos, utilizam a tecnologia para apresentar, muitas vezes, um
modelo de sociedade e de economia fictícia, com o objetivo de defender seus próprios
interesses, ignorando culturas e valores de determinados grupos considerados
minoritários, como é o caso das comunidades indígenas da Amazônia brasileira, o grupo
de latinos nos Estados Unidos, os aborígines da Austrália e outros considerados
minoritários e sem representatividade. No mundo contemporâneo, o velho e o novo, o
local e o global, o moderno e o tradicional, o universal e o particular, coexistem
produzindo uma heterogeneidade cultural ligada a um sujeito definido não mais por
uma identidade unificada e estável, mas por identidades contraditórias, sendo
continuamente deslocadas. Em muitos países, há várias maneiras de afirmação da
diferença a partir de inúmeras manifestações que vão desde movimentos, debates, ação
de partidos políticos até conflitos e guerras, reforçando nacionalismos excludentes e
fundamentalismo religiosos (pureza racial e ortodoxia religiosa).E importante
considerar que a globalização e a informalização, determinados pelas redes de riqueza,
tecnologia e poder, estão transformando nosso mundo, possibilitando a melhoria da
capacidade produtiva do homem, sua criatividade cultural e potencial de comunicação.