Este trabalho tem como objetivo geral evidenciar as perspectivas e estratégias de trabalho das equipes técnicas de referência dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social, do município de Boa Vista, Roraima, no atendimento às crianças e aos adolescentes vítimas de violência sexual em Roraima. A escolha do tema se deu a partir da pesquisa realizada na graduação em Serviço Social, que teve como lócus o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), e
minha atuação profissional como Assistente Social na Secretaria de Gestão Social de Boa Vista (SEMGES/BV), que me proporcionou o contato direto com casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Sobre o percurso metodológico, foi
norteado por uma perspectiva crítico-dialética, composto pela pesquisa bibliográfica e de campo. Utilizou-se o recurso da análise qualitativa, por entender que este permite construir as mediações adequadas para conhecer de fato a realidade dos sujeitos da pesquisa. O processo de coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de questionário com perguntas abertas e fechadas a 06 (seis) profissionais dos Centro de Referência Especializada da Assistência Social-CREAS, localizados no Centro da
cidade e no bairro Centenário. O debate teórico permitiu a discussão dos conceitos de infância e de violência sexual contra criança e adolescente como expressão das desigualdades sociais e políticas sociais de proteção social. Enquanto conclusão deste trabalho, foi constatado que os trabalhadores dos CREAS vêm desenvolvendo suas atividades conforme preconiza as leis de regulamentação profissional e de acordo com as políticas de proteção social para crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. No entanto, parte da equipe não se reconhece no processo de trabalho multiprofissional. Ficou evidente que as instituições carecem de suporte material, pessoal e estrutural, tendo em vista o aumento da demanda de atendimento nos equipamentos. Outro ponto fundamental é a insuficiência de atividades voltadas para a educação permanente da equipe técnica e demais trabalhadores, que impacta diretamente no fazer profissional da equipe. Por fim, é válido ressaltar que a pesquisa
foi devidamente autorizada pela instituição e aprovada pela Comitê de Ética da UERR (Parecer nº 5.627.865 em anexo).